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NUNCA O MUNDO TEVE TANTOS IMBECIS NO PODER, AO MESMO TEMPO!

– André L. Soares –

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Não sei se já são os efeitos da crise na educação mundial, surgida a partir dos anos 80, mas o fato é que, em quase todo o globo terrestre, os imbecis finalmente chegaram ao poder.

Tornou-se evidente, já há algum tempo que, nos principais países, a política está em mãos erradas. No entanto, vive-se agora o pior momento. Não são somente corruptos e omissos os que se apossaram do poder. Sim – são também isso, quase todos esses líderes. Mas a questão é ainda mais grave: nenhum deles possui o menor talento para administrar a própria ganância.

É como se alguém roubasse a galinha dos ovos de ouro, apenas para matá-la e fazer um cozido.

Por isso há essa crise econômica que se renova, sem que as nações européias consigam fugir do círculo vicioso de dívidas que crescem como bolas de neve. Também por isso há a intermitente agressão ao meio-ambiente – em nível cada vez pior. E, ainda pela mesma razão, há o crescente avanço do narcotráfico sobre o poder público.

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Por mais que seus currículos enganosos digam o inverso, a verdade é que, Barack Obama, Dilma Rousseff, Angela Merkel, Nicolas Sarkozy, David Cameron, Mário Monti, entre outros… não possuem a mínima capacidade para gerir seus respectivos países.

São, todos eles, lentos, incompetentes, fracos de personalidade e inteligência, sem espírito de liderança e sem coragem suficiente para conduzir negociações e fazer com que as medidas necessárias sejam tomadas. Nenhum deles possui visão de longo prazo. No máximo, repetem, em seus discursos vazios, variantes acadêmicas de teorias há muito falidas. Em suma, são meros capachos neoliberais (escravos da ciranda financeira), que tudo fazem para evitar a intervenção do Estado, mesmo quando é óbvia a gravidade dos acontecimentos.

Não é que eu queira jogar pedras para todos os lados. Mas as notícias não deixam dúvidas acerca da insanidade mental dos líderes mundiais – a quem eu sequer confiaria a administração de um prédio de três andares, situado no subúrbio.

E olha que só falei de incompetência. Nem entrei no mérito da má-fé e da improbidade.

Porém, o problema é muito sério. Comparando-se com o começo do século XX, o atual cenário leva a crer que se está próximo de viver, novamente, a maior catástrofe que pode se abater sobre a raça humana: outra guerra mundial!

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A ‘VITÓRIA DE PIRRO’ DOS NEOLIBERAIS

A ‘VITÓRIA DE PIRRO’ DOS NEOLIBERAIS

– André L. Soares – 23.03.2009 –

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Pirro foi um grande guerreiro. Rei de Épiro e da Macedônia, viveu de 318 a 272 a.C.. Conhecido por se opor à Roma, imortalizou-se, após vencer uma batalha em que perdera todos os seus mais bravos soldados, ao pronunciar a seguinte frase: ‘– Outra vitória igual a essa e estaremos derrotados!’.

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É exatamente assim a forma como entendo a vitória dos neoliberais a partir dos anos 90, quando, em escala global, enfraqueceram o Estado, diminuindo sua participação na economia, ao desregulamentar e privatizar setores antes considerados estratégicos. O resultado dessa catastrófica vitória está aí: crise econômica, cuja gravidade pode levar o planeta à outra grande guerra.


Observando-se a história do século XX pode-se entender que, nos chamados ‘períodos de crise’, o dinheiro, por alguma razão, alocara-se em setor que não reinvestia em ritmo e volume suficientes para que o capital pudesse voltar ao sistema e dar continuidade ao processo de produção e consumo.

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Na crise dos anos 20, que resultaria na quebra da Bolsa de Nora Iorque, em 1929, foi o excesso de capital aplicado em ações, levando à queda brusca dos demais investimentos, o que, basicamente, explicou aquele momento catastrófico da economia mundial. Porém, sabia-se onde estava o dinheiro: quase todo aplicado em títulos de empresas que passaram rapidamente a apresentar prejuízos, levando, por conseguinte, à desvalorização desses mesmos papéis.

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Nos anos 70 e 80, a crise foi originada pelas manipulações feitas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo quanto ao preço do barril. Mais uma vez era sabido onde estava o dinheiro. Este escoava, por meio da importação de petróleo, para os países-membros da OPEP que, por sua vez, não o reinvestiam na mesma proporção.

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No entanto, analisando-se o cenário atual, uma coisa ainda não me parece bem explicada: onde foi parar o dinheiro do mundo? De modo ‘mágico’, passou-se da explosão do consumo para o caos, em apenas um ano. Mesmo sabendo-se que os maiores compradores do planeta, os EUA, estavam atolados em uma guerra já há seis anos, ainda assim, não é possível crer que o dinheiro esteja na indústria bélica. Se fosse isso, ele retornaria ao sistema pelas compras que tal segmento faz de bens de capital (maquinário, aço, químicos etc.).

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O que parece fazer mais sentido é que os bancos tenham retido todo o dinheiro. A retenção é fruto da desregulamentação mundial desse setor – tragédia que os neoliberais nos impuseram a partir dos anos 90. Os bancos, ao longo dos últimos vinte anos, minimizaram seu papel como investidores. Paralelamente, passaram a cobrar juros que impediram que outros setores o fizessem. Assim, quando o capital próprio, de parte considerável das grandes empresas, enfrentou período de má-qualidade da gestão financeira, ficou impossível dar continuidade aos investimentos.

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Pior de tudo – e esse erro não ocorreu apenas no Brasil – é que, no mesmo período, o segmento bancário esteve entre os que mais receberam auxílio dos governos, fator que concorreu, ainda mais, para gerar a retenção do capital, justamente no setor que, de modo direto, nada produz. Afinal, banco é tão-somente um ‘atravessador’ do capital, cujo trabalho faz elevar o preço do crédito.

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Em suma, os governos usaram capital dos contribuintes para tentar sanar os erros oriundos da má administração. Desregulamentaram os bancos. Facilitaram-lhe todos os processos. Permitiram que cobrassem taxas absurdas para que tenham o privilégio de fazer mau uso de nosso dinheiro.

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O incrível é que a crise podia ser pressentida desde os anos 90, quando, em diversos países, inclusive o Brasil, vários bancos foram à falência. Agora já há quem reedite o discurso da estatização do setor.

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Por seu turno, os bancos vão se fundindo e se fortificando. Mais alguns anos e teremos um só banco no planeta, monopolizando crédito e investimento, dando rumos à indústria e à agricultura. Imagine o que isso pode significar! Hoje não é muito diferente. Contudo, ainda existe quem tenha ‘capital próprio’.

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Mais inacreditável é ver que, apesar de tudo, grande parte dos trilhões de dólares que os governos estão injetando nas ‘grandes economias’ esteja sendo usada, outra vez, para sanear o segmento bancário.

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Parabéns, senhores neoliberais. Vocês venceram. ‘Outra vitória igual a essa e estaremos falidos!’.

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A ÚLTIMA FRONTEIRA DA HONESTIDADE

– André L. Soares – 19.02.2009 –
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Não faz muitos dias, estávamos eu e meu primo, apreciando as belezas da ‘Praia das Castanheiras’, no centro de Guarapari, enquanto a esposa dele e minha mãe olhavam pequenas lojas. Conversávamos qualquer banalidade quando, perto de nós, eclode acalorada discussão.
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Pelo que entendi, um turista, com sotaque carioca e aparência de classe média, teria dito – em tom de brincadeira, ao menos na visão dele – alguma frase de menosprezo a um vendedor de redes nordestinas. Ofendido, o ambulante ameaçava partir para a briga. Depressa, o gozador saiu de fininho, entrou no carro e partiu, não sem antes dizer outro punhado de coisas para irritar, ainda mais, o pobre homem, que mal dava conta de carregar sua montanha de panos coloridos.
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Infelizmente, durante a alta temporada, essa é uma cena comum em Guarapari. Os turistas, talvez incomodados pela ‘romaria’ de vendedores nas praias da cidade, talvez motivados pela arrogância comum a quem exagera na bebida, acabam por humilhá-los e maltratá-los verbalmente. Outras vezes são os donos dos quiosques a expulsá-los do local, temendo que os ambulantes incomodem seus clientes.
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O que as pessoas não compreendem é que esses vendedores ambulantes – homens e mulheres, em sua maioria entre 15 e 40 anos – vivem, pacificamente, no limite derradeiro que a sociedade lhes permite para ganharem o pão com um mínimo de dignidade.
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São pessoas que – por diversas razões – encontram-se à margem da sociedade. Contudo, estão tentando sobreviver, resistindo à farta tentação do crime. No que pude constatar, vendem: óculos; relógios; redes de dormir; cangas; vestidos; sandálias; cachaça; picolé; espetinhos variados; pamonha, cocadas; côco; água; cerveja; refrigerante; chapéus; camisetas; enfeites diversos; biscoito; pipas; queijo quente; bijuterias; tatuagens; roteiros de passeio turístico; outros apenas catam latas; e por aí vai…
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A ‘Praia do Morro’, em Guarapari, tem cerca de três quilômetros. Esses bravos resistentes que, segundo o jornal ‘A Tribuna’, chegam à casa dos milhares na alta temporada percorrem essa extensão, o dia inteiro, debaixo de sol. Muitos deles carregam mais de cinqüenta quilos nas costas.
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Não é um trabalho fácil. Nem é algo que venda bastante. Há muita concorrência entre eles mesmos. Há, ainda, a concorrência dos quiosques e das lojas. O turista que vem ao Espírito Santo é, em sua maioria, classe média baixa. Portanto, não esbanja.
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Assim, é comum um vendedor ambulante percorrer a praia toda diversas vezes para, ao final do dia, lucrar cerca de dez reais.
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Guarapari, no entanto, não tem mendigos. Nos quatro anos em que moro na cidade, somente uma vez fui abordado por pedinte. Aqui, o que rege a atividade informal é a venda de pequenos supérfluos.
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Talvez o turista não perceba que essas pessoas, iguais a quaisquer outras, têm necessidades básicas, sonho, esperança, família. E, por serem muitos – e ainda jovens –, caso decidissem engrossar as fileiras da bandidagem, Guarapari – onde quase não há crime – logo estaria no rol dos municípios mais violentos do País.
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Mas não. Apesar de tudo, escolheram a difícil tarefa de arrastar quilos e quilos de bugigangas praia a fora, como forma de ganhar a vida. E aqui não vem ao caso discutir a higiene e procedência do que comercializam, porque regulamentar e fiscalizar são funções da prefeitura, cabendo ao consumidor, também, fazer sua parte.
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No todo, eu os respeito. Não posso dizer que sou comprador assíduo de seus produtos – às vezes, um picolé. Mas vejo-os com imensa admiração e simpatia. Nos dias de menor movimento, percebo o cansaço e o desânimo de alguns. Porém, no geral, são educados e divertidos.
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Calado, assisto seu desfile de intermináveis cores e sons, torcendo para que as vendas informais alcancem nível suficiente para mantê-los no campo da decência.
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Esse texto é dedicado a esses homens e mulheres. Eles não vão ler, mas isso não importa. Importante é que você – que me lê agora – entenda e reconheça o valor dessa gente e trate melhor os trabalhadores informais que, porventura, venha a encontrar em suas próximas viagens ao litoral brasileiro.
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Lembre-se que essas pessoas compõem importante resistência social: elas são os soldados que lutam bravamente na última fronteira da honestidade. Se perderem essa batalha, lutarão a próxima em favor do crime.
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MISÉRIA: POR QUE AINDA EXISTE?

[Foto: Ana Mokarzel]
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MISÉRIA: POR QUE AINDA EXISTE?

– André L. Soares – 10.10.2008 –

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Atualmente, quando se analisa a modernidade tecnológica, há tantas coisas fascinantes, as quais levam a crer que a solução de todos os problemas humanos é apenas questão de tempo. E deveria mesmo ser assim, não fosse a má-vontade latente, comum aos líderes políticos e empresariais.

Antes do século XX, por limitações técnicas, a miséria era condição quase natural à maioria dos seres humanos. A produção de alimentos não tinha como satisfazer a demanda: intempéries, guerras, pouco conhecimento das técnicas de plantio, baixa efetividade dos instrumentos, entre outros fatores, garantiam oferta muito aquém da necessária.

Além disso, existia pouco interesse em gerar grandes estoques de alimentos; seja porque as cidades eram muito distantes umas das outras, numa época de transportes limitados (o que prejudicava o comércio); seja porque a armazenagem e a conservação eram difíceis. Tudo garantindo a quase total inexistência do ‘excedente’; com raras exceções, o consumo estava restrito ao que se gerava localmente.

De modo significativo, esse cenário começou a mudar em fins da Idade Média (com o ‘período das grandes navegações’), quando a tecnologia naval nascida na Escola de Sagres (somada à escravidão e à brutal conquista da América) possibilitou, aos europeus, fartura até então inédita.

Contudo, se a riqueza tinha nova configuração, a miséria também ganhara outra face: à tradicional pobreza rural, juntou-se a miséria urbana. Com a Revolução Industrial, a produção estava maior e diversificada, mas seu custo era elevado e alcançava níveis ainda muito abaixo da demanda.

No século XX, marcado por duas grandes guerras (que levaram a miséria ao extremo), ocorreram duas importantes mudanças: primeiro, a supremacia do Direito sobre as demais atividades; segundo, o vasto e avançado conhecimento tecnológico.

Em algumas nações, o Direito gerou aspectos paternalisas que permitiram a elevação da qualidade de vida de parte da população. Já os avanços tecnológicos afetaram positivamente os transportes, a agricultura e a indústria, especialmente no que tange ao manuseio, armazenamento e conservação dos bens perecíveis.

Por esses e outros fatores, o século XXI se inicia tendo, como principal característica, expressiva expansão da oferta de produtos, com destaque para alimentos, eletrônicos, telecomunicações e automotivos.

Segundo relatório da ONU (2001), a oferta de alimentos chega a ser quase o triplo da demanda, propiciando – em alguns países – formação de grandes estoques e queda dos preços médios. No entanto, persiste a miséria.

Se é verdade que, nos 15 principais países mais industrializados, a classe média cresceu; nas demais nações isso não se verifica. Em sua quase totalidade, África, Ásia, América Central e América do Sul ainda possuem grandes contingentes de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza.

Vive ‘abaixo da linha de pobreza’ quem não tem acesso ao consumo básico de alimentos, educação elementar, condições sanitárias mínimas ou serviços de saúde apropriados; e que, no longo prazo, não possui perspectiva de melhorias sociais. Praticamente metade do planeta vive nessas condições.

Ora, mas se existem países cujos cidadãos vivem modernidade sem igual, com casas abarrotadas de eletrônicos, com veículos avançados, adentrando a cultura do luxo; como imaginar que, nesse mesmo mundo, existam ainda bilhões de pessoas cujo único objetivo seja conseguir algum alimento?

Se parte do mundo desenvolve armamentos cada vez mais avançados, envia gigantescos telescópios pelo Cosmo; como pode haver outra parte que sequer tem acesso à água potável?

Somente a má-vontade política e empresarial, endossada pela postura passiva que nós – a maioria – comodamente assumimos, pode explicar isso. Não há argumento lógico para tamanha disparidade socioeconômica.

Que algum percentual de pobreza exista, até se pode entender. O inaceitável, porém, é o nível absurdo a que chegou, bem como o volume de pessoas que atinge, tudo isso com o aval dos países industrializados, que se limitam a ações paliativas de curtíssimo prazo, mas que, de fato, nada fazem para buscar soluções definitivas para a miséria no mundo.

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This post is part of
Blog Action Day 2008

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Este texto integra a proposta do “Blog Action Day 2008”, cujo objetivo é discutir, por meio de ‘blogagem coletiva’, a ‘pobreza’ e a ‘indigência’ no mundo, para que se reflita melhor tais questões. Apresento, ainda, outra abordagem do mesmo tema e para o mesmo propósito no blog ‘Gritos Verticais’, na forma de poema.
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